Já sabemos que o Excel é uma ferramenta poderosa (podes confirmar porquê neste artigo).
No entanto, é preciso ter extrema atenção quando alteras bases de dados ou fórmulas e funções.
Alguma vez recebeste ficheiros com células estranhas, do género das que mostro na imagem seguinte?
Uma das características importantes para que te consigas destacar dos teus colegas e que estou sempre a partilhar é o brio profissional (a par com o espírito crítico).
E um profissional que não apresenta erros nas suas análises ou que os tem devidamente justificados reforça essas 2 características!
Neste artigo vou mostrar-te os erros mais comuns no Excel para que:
os entendas,
os possas evitar e
os consigas corrigir ou justificar devidamente.
Nota prévia: neste artigo serão apresentados os erros da versão do Excel em inglês (e em português dentro de parênteses).
#DIV/0
Este erro acontece quando tentas fazer uma divisão por zero.
Matematicamente, tal divisão não é possível.
Repara: no cenário em que temos 4 laranjas e zero pessoas, não faz sentido perguntar com quantas laranjas fica cada pessoa uma vez que não existem pessoas.
Este erro é muito comum numa base de dados que tenha células não preenchidas e uma coluna com uma divisão.
Se, no entanto, fizer sentido que a tabela utilizada na análise tenha células não preenchidas ou com zeros, podes simplesmente “camuflar” este erro com um resultado à tua escolha.
Vê como o podes fazer de forma rápida e eficiente através da função IFERROR (ou SE.ERRO em português) que apresento no capítulo seguinte.
#NUM! (#NÚM!)
Este erro é mais comum quando, numa análise, existe o cálculo da raiz quadrada de um número negativo por exemplo.
Mais uma vez, matematicamente esta operação não é possível.
Quando este erro acontece, certifica-te que os dados que estás a utilizar fazem sentido tal como estão.
Caso façam, podes por exemplo, querer substituir o erro por zero ou por um texto à tua escolha.
Tal como referido no erro anterior, a função IFERROR (ou SE.ERRO em português) ajuda-te a fazê-lo eficazmente.
#N/A (#N/D)
Este erro é muito comum quando utilizas funções de pesquisa, como o VLOOKUP ou o XLOOKUP por exemplo (PROCV ou PROCX em português).
Acontece quando um valor procurado não está disponível no intervalo da procura.
Quando este erro aparece, é hora de ativar o espírito crítico e verificar qual das situações está realmente a acontecer:
– O valor ou texto procurado não existe efetivamente no intervalo da procura e este erro até faz sentido? ou
– O valor ou texto procurado não tem exatamente os mesmos caracteres daquele que está no intervalo da procura?
Ou seja, é importante verificar que o valor ou texto procurado é efetivamente igual ao valor ou texto que está no intervalo da procura.
Se, efetivamente, o valor procurado não existir no intervalo da procura, podes substituí-lo através da função IFNA (ou SEND em português), criada especificamente para “camuflar” este erro.
Alternativamente, podes ainda utilizar a função IFERROR (ou SE.ERRO em português).
#REF!
O erro #REF! dá sempre muito que falar e é muito fácil de acontecer!
Isto porque basta apagar células que são a base para funções ou fórmulas.
A razão deste erro pode ter vários cenários:
1. Apagaste células que efetivamente não fazem sentido estarem na tua análise:
Neste cenário deves reformular a operação que tinhas introduzido antes para ter por base células que existem agora.
2. As células que apagaste são colunas ou linhas necessárias para a operação que estavas a introduzir mas não as queres visíveis:
Neste caso deves desfazer o último passo e podes, por exemplo, esconder colunas ou linhas em vez de as apagar.
#NAME? (#NOME?)
Quando este erro te aparece é porque o Excel não reconhece o nome da função que estás a introduzir (seja porque te falta um acento ou porque colocaste letras a mais por exemplo).
Ou seja, para o evitares, deves garantir que a função que estás a introduzir existe efetivamente.
#NULL! (#NULO!)
Este erro é muito comum quando tens caracteres que o Excel não reconhece como parte da função.
vê neste artigo os 9 passos para introduzir uma função
Situações mais frequentes para este erro:
quando separas os argumentos de uma função com o caractere errado (por exemplo, utilizando a vírgula em vez do ponto e vírgula);
quando tens argumentos que são texto mas não o colocas dentro de aspas; ou
quando digitas espaços em sítios indevidos.
#VALUE!
Este erro é muito comum e acontece quando utilizas uma célula incorreta numa determinada operação ou quando pretendes combinar diferentes tipos de dados.
Por exemplo, quando fazes uma operação (adição, multiplicação, etc.) em que um dos argumentos é texto em vez de valor.
É mais comum do que aparenta:
Quando tens células que achas que incluem valores mas que têm espaços (que apenas são visíveis na barra de fórmulas e transformam essa célula num texto);
Quando colocas a letra O em vez do zero;
Quando colocas símbolos como o #, o & ou o @.
#########
Por fim, quando te aparecer uma célula com ##### não te assustes.
Apenas quer dizer que o conteúdo não cabe no espaço que tens disponível na célula.
Este erro é super simples de resolver: basta aumentar o tamanho da coluna.
Conforme referido no capítulo acima, estas são algumas correções possíveis para os respetivos erros:
Nota que a correção de cada erro não é igual em todos os casos. Dependendo do contexto, pode ser mais útil utilizar uma resolução em vez de outra.
Como vimos, as funções IFERROR (ou SE.ERRO em português) e IFNA (ou SEND em português) podem ser muito úteis para “camuflar” erros.
Os argumentos destas funções são:
Valor – valor ou expressão que queres verificar se é ou não um erro;
Valor se erro – valor ou expressão pelas qual queres que o erro seja substituído.
Exemplo: imaginemos que a célula B3 tem a função =VLOOKUP(A3;tabela;2;1) e devolve o erro #N/A. Para substituir o erro pela expressão “não disponível”, teríamos de introduzir a fórmula =IFERROR(VLOOKUP(A3;tabela;2;1);”não disponível”).
Caso o teu erro nao esteja incluído neste artigo, podes ainda ver o artigo da Microsoft sobre este tema.